Mas o que é a abordagem sistêmica?
A abordagem sistêmica defende que cada sistema é sempre maior do que uma soma de suas partes, ou seja, o todo é sempre maior do que as partes. Também se defende que todo o sistema existe relacionado interdependentemente de outro.
Voltado para o ser humano, acredita-se que somos um sistema, que se relaciona com outros sistemas, como o contexto familiar, o meio ambiente, o meio social, o período histórico…
Entender isso nos mostra que uma visão sistêmica avalia como acontece o desenvolvimento das relações interpessoais construídas por uma pessoa em um contexto.
Dessa forma, todos os nossos traumas, defeitos e memórias negativas fazem parte do nosso sistema e uma abordagem sistêmica vai nos permitir entender que tudo aquilo que temos, carregamos na nossa vida, inclusive nos nossos relacionamentos.
Seja um relacionamento amoroso, familiar, amigável ou profissional, a construção dele vai refletir quem somos, inclusive nossa bagagem negativa. Portanto, torna-se essencial trabalhar sistematicamente em nós mesmos que tudo que passamos, de traumas ou até as memórias negativas, que são inconscientes, precisam de atenção na nossa vida. Tudo aquilo que nos fere, nos doa e/ou nos entristeça precisa ter espaço na nossa vida, não pode ser ignorado.
Isso não significa que apoiamos, mas que é importante aceitar. Afinal, ao entrar em uma relação o outro não vai entender seu lado, sem conhecer o que te causa certas ações. Não podemos apagar o passado, apenas lidar com ele, escondê-lo não é solução.
Automaticamente, como uma relação é uma troca, o outro também traz a sua bagagem, positiva ou negativa, por isso, tentar entender e respeitar a história do outro é muito válido para a construção de um relacionamento saudável.
Precisamos buscar ser facilitadores na vida do outro
Levando isso em conta, é indispensável tomar uma postura facilitadora na vida do outro. Além de externar nossas cicatrizes, respeitar as nossas e a do outro, a abordagem sistêmica vai de encontro com o costume que muitas pessoas têm de julgar a realidade do outro e mostrar uma solução, como sendo a única certa.
A partir disso, gera-se sentimentos ruins, discussões, brigas, críticas, podendo até chegar ao extremo, que é romper todo o relacionamento com alguém.
Nesse ponto, é como se interiormente estivéssemos sendo controlados por uma criança teimosa, que apenas age com birra.
Uma abordagem sistêmica em nossas vidas é agir sem julgar o outro, dar liberdade e tentar entender. Gerar segurança e acolhimento ao outro e não gerar atrito.
Não podemos permitir que os nossos traumas e julgamentos controlem os nossos relacionamentos. Nem se culpar, nem culpar o outro, buscar a compreensão e aceitar que tudo que somos tem que ser tomado confrontado e trabalhado em/com nós mesmos.
Todas as nossas ações geram impactos, independe do tamanho delas.